quarta-feira, 18 de novembro de 2015

BAIRRO DO IPIRANGA COMO DESTINO TURÍSTICO

Quem mora em São Paulo e nunca foi ou ouviu falar do Museu do Ipiranga? É essa a principal referência que os paulistanos tem do bairro.

O que muitos não sabem é que o Ipiranga é um dos bairros mais antigos da cidade. Ali há importantes pontos históricos, como o próprio Museu do Ipiranga, que recebia, em média, 400 mil visitantes por ano antes de seu fechamento e mais 175 atrações, entre pontos turísticos, estabelecimentos de alimentação, agências de turismo e empreendimentos culturais.

Destaque para o Museu da Zoologia, o Museu do Automóvel, o Memorial Santa Paulina (em homenagem à primeira santa brasileira) e o Museu Vicente de Azevedo, além de prédios históricos e restaurantes de comida típica. 




Com todo esse acervo histórico cultural, o bairro do Ipiranga deve consolidar-se como destino turístico.

Lançado oficialmente no fim de 2008, o Projeto Roteiros Históricos e Culturais do Ipiranga entra na fase de consolidar as parcerias para iniciar os processos de capacitação dos envolvidos com o turismo local.

Na primeira fase foi feito um levantamento das atrações turísticas, entre museus, casarões antigos e restaurantes. A partir das adesões, consultores visitaram os empreendimentos e identificaram as principais falhas que impedem a profissionalização do turismo na região. Até agora, 56 empreendimentos já receberam o diagnóstico técnico. As capacitações visam contribuir com a profissionalização dos atrativos turísticos e culturais.

As ações vão envolver aulas de inglês e espanhol, capacitação gerencial e operacional. “A ideia é estabelecer três roteiros turísticos: o Roteiro Histórico Cultural, o Roteiro de Diversão e Arte e um Roteiro Religioso“, descreve Diego Mendes, consultor de turismo do Sebrae/SP.

Nos três roteiros que serão formatados ao longo do projeto, a ideia é integrar as atrações e proporcionar o exercício da experiência. “O turista que visitar o Museu do Automóvel poderá, por exemplo, fazer um test drive num carro antigo”, sugere Marcos Marsulo, consultor em cultura pelo Sebrae/SP. Outra ideia é promover festivais de órgãos relacionados às igrejas do bairro, a exemplo do que já acontece anualmente com o Festival de órgãos do Largo de São Bento, no Centro da Capital. Já foram investidos R$ 70 mil em visitas aos empreendimentos e consultorias.

Mas, mesmo que os roteiros ainda não estejam 100% prontos, que tal dar uma passeada pelo bairro e ver tudo com outros olhos? Sem dúvida será um passeio agradável e cheio de novas descobertas.

O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO E VERTICALIZAÇÃO


Como se deu o desenvolvimento industrial na região?

O fato de estar localizado entre a região central e a saída para o Porto de Santos, favoreceu o desenvolvimento industrial do Ipiranga. Posteriormente a região foi favorecida com a construção da pista da Via Anchieta, que foi inaugurada em abril de 1947 e em 1953 foi inaugurada sua segunda pista, contribuindo para o crescimento do bairro, pois muitas empresas instalaram-se na região devido à facilidade que tinham para escoar sua produção para o Porto de Santos.

No inicio do século XX, o bairro até então isolado e pouco habitado, passou por um processo de ocupação industrial. Em 1905 já existiam 19 fábricas empregando quase 7 mil operários.

Em 1950, o então chamado "Bairro Operário" desponta como um dos mais industrializados da cidade. A partir desta década, instalam-se as primeiras grandes montadoras, tais como a Ford, a Volkswagen, entre a Rua do Manifesto e a estação ferroviária.

A verticalização do bairro

Um bairro operário, ganhou uma nova característica. Possui hoje infraestrutura que conta com hospitais, escolas, universidades, lojas e opções de lazer. Como resultado, um processo acelerado de verticalização.

A verticalização no Ipiranga teve início nos anos 60, mas foi nos anos 80 que o “boom” imobiliário ganhou força, seguindo em linha ascendente até os dias de hoje.

A especulação imobiliária mudou bastante o perfil da região, Segundo o engenheiro Eduardo Martins Verdade, conselheiro da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Ipiranga, “Nos anos 80, por exemplo, nós tínhamos basicamente duas construtoras atuando no bairro, a Itapuã e a Dissei. Mas nos últimos cinco anos, apesar da crise, muitas vieram para a região, e hoje temos cerca de 15 construtoras atuando no bairro. Chegou a vez de verticalizar”


Nos últimos anos, de acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), foram 13 lançamentos residenciais na região, 18 prédios erguidos, que 
representam um total de 841 apartamentos e cerca de 160 mil metros de área construída.

O crescimento no processo de verticalização contribui para o crescimento do comércio local e o aumento dos serviços oferecidos no bairro. Uma das preocupações do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo é o aumento repentino desordenado da população, que poderá trazer diversos problemas ambientais e urbanos.


Ao visitar o bairro é visível o contraste entre a arquitetura antiga de algumas casas e a modernidade dos prédios, abaixo algumas fotos onde o contraste é claramente perceptível.



RELATO DO MORADOR

ROBERTO NAPPI. Filho do Cambuci, mas um apaixonado pelo Ipiranga, onde mora há 32 anos, Roberto Nappi, presidente do Clube Atlético Ypiranga, fala do bairro com muito carinho. “O Ipiranga é um bairro muito familiar e acolhedor. Quem vem morar aqui não consegue mais sair”, diz. Ele considera o Ipiranga um lugar tranquilo e diz que a maior mudança ao longo desses anos foi a transformação de um bairro industrial em residencial. “Fábricas como a Papel Simão e as empresas Jafet não existem mais. Elas deram lugar para prédios”, recorda. Em janeiro do ano passado Nappi realizou um de seus sonhos: foi eleito presidente do Clube. “Faço parte da família CAY há 25 anos e com muita honra e satisfação presido o clube”, diz.

Autoras

Autoras

Autoras

Autoras

Autoras

Autoras

Autoras

Autoras

Autoras

Autoras




































VOCÊ CONHECE O BAIRRO DO IPIRANGA?



O significado da palavra Ipiranga já recebeu diversas modificações, entre tantas outras opções, prevalecem "água vermelha" - também "água barrenta" -, interpretação dada pelos primeiros habitantes brancos do Planalto.

Localizado na zona sul, o Ipiranga é um dos bairros mais antigos da cidade. Ele foi fundado em 7 de setembro de 1822, mesma data da Proclamação da Independência, por Dom Pedro 1°, fato este citado na primeira estrofe do Hino Nacional brasileiro.

O Museu e o Monumento do Ipiranga, inaugurados respectivamente em 1895 e 1922, têm suas histórias iniciadas logo após a Proclamação. Eles representam, juntamente com o Parque da Independência, o marco histórico da emancipação política do Brasil, trazendo orgulho a este bairro tradicional da cidade de São Paulo.

A data oficial em que se comemora o aniversário é o dia 27 de setembro conforme o projeto 85/80 do vereador Almir Guimarães.

Os primeiros registros que se têm da região do Ipiranga são de 1.510. Com as doações de terras que se seguiram, a região conhecida como Ipiranga ganhou considerável ocupação branca, acarretando a transferência de índios.

Até o final do século 16, a terra de Piratininga já contava com uma comunidade de aproximadamente 1500 pessoas, que se estendia pela margem do rio Tamanduateí. A localização privilegiada favoreceu a concentração e expansão de sítios e fazendas, desenvolvendo-se o comércio, uma das características da região até hoje.

O bairro já pode ser considerado um museu a céu aberto e conta com 12 construções centenárias tombadas pelo Conpresp (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da cidade de São Paulo), desde o dia 8 de maio de 2007. Com essa decisão, foi ressaltado mais ainda o valor histórico e arquitetônico dos imóveis.

Hoje, o bairro é formado por um conglomerado de 80 vilas e possui uma área de 30 km², na qual vivem moradores de diferentes classes sociais, além dos pequenos bairros e favelas originadas de ocupações irregulares, que abrigam uma população mais carente.

A Bandeira do Ipiranga

O Ipiranga, berço da Independência, possui bandeira escolhida pelos moradores. Foi o primeiro bairro da cidade a ter bandeira própria

A bandeira traz preto, vermelho e branco, cores da cidade de São Paulo. A pira central estilizada com a chama verde e amarela simboliza as cores e o local da Independência do Brasil. A pira fica na frente do Monumento do Ipiranga, no Parque da Independência.